Mas tu, SENHOR, és o escudo ao meu redor, a minha glória, aquele que levanta a minha cabeça.
Clamo ao SENHOR com a minha voz, e ele me responde do seu
santo monte.
Eu me deito, durmo e acordo, pois o SENHOR me sustenta.
Salmos 3:3-5 https://my.bible.com/bible/2645/PSA.3.3-5
Há algo de extraordinário na relação de Deus com o Seu povo. Com o povo Dele, com aqueles que foram chamados e atenderam ao Seu propósito. Não com aqueles que O ignoram ou mesmo rejeitam.
Entender o chamado de Deus para pertencer ao Seu povo é essencial para que não sejamos frustrados. Muitos são levados por emoções ou por falsas promessas, mas aqueles que entendem e ainda assim aceitam o Seu jugo, firmam-se na Rocha e não são abalados nesse propósito.
E afinal, qual é esse propósito?
O que é que Deus quer de nós?
A pandemia de 2020 "permitiu-me" dedicar mais tempo ao estudo da Palavra, ou melhor - a impossibilidade de reunir na igreja durante boa parte do 1º semestre impeliu-me a dedicar mais tempo a Palavra, no risco de ter uma paragem na minha caminhada com Cristo, com as consequências fatais que isso poderia ter, em termos espirituais.
Um dos estudos (disponibilizado pela Igreja Batista Vida Nova - São José dos Pinhais) intitula-se "o propósito eterno de Deus". Através dele, pude perceber a resposta a essa pergunta. E essa resposta abre caminho a entender muito do que Deus fala na Sua Palavra e a muito do que Ele faz. Muito, não tudo, pois os Seus pensamentos continuam a ser mais altos, muito mais altos do que os meus pensamentos.
Deus pretende que o melhor da criação, o ser humano, se constitua como uma imensa família, de muitos e incontáveis filhos, todos semelhantes a Jesus, nosso modelo e Senhor.
E quando entendemos isso, quando entendemos e aceitamos para a nossa vida, vários aspectos dessa nossa vida mudam, inclusive - ou principalmente - na nossa caminhada cristã.
De alguma forma, o nosso pensamento, as nossas expectativas do que Deus quer para nós começam, em algum ponto da caminhada, a apontar para a eternidade. Em especial, parte das promessas que Deus nos nevela para a eternidade. Quantos de nós sonham com o céu? Quantos de nós aspiram a esse tempo da nossa existência em que não haverá mais choro, nem tristeza nem dor!
Por que na nossa caminhada terrena nós experimentamos tudo isso.
Experimentamos dores físicas. Experimentamos cansaço e frustração. Estabelecemos metas, temos sonhos, temos planos, e tantas vezes os mesmos acabam dentro de uma gaveta ou jogados no lixo, esquecidos e abandonados, por incapacidade, por obstáculos intransponíveis, por desilusão.
Dependendo da nossa maturidade espiritual, a nossa fé sai inabalada, abanada, ou mesmo destruída.
Prosseguimos. Oramos mais, louvamos mais, entregamo-nos mais a Deus. Mas nada disso é garantia de que não passaremos por outras situações semelhantes ou até piores.
Jesus foi bem claro, que neste mundo teríamos aflições, mas que tivessemos ânimo, pois ele mesmo já venceu o mundo!
Mas e então? E o que é que isso tem a ver com o nosso alvo para a eternidade, ou com o propósito de Deus para nós, ou com o Seu relacionamento com o Seu povo?
Tem, porque a nossa tendência, a pouco e pouco, é deixar que todas essas aflições mudem o nosso foco, Ou melhor, moldem o nosso foco. Porque se calhar o nosso foco não estava bem direccionado e vai ficando cada vez mais desviado.
Vejamos o exemplo de Jó. A Bíblia não nos revela que tenha sido alguma acção de Jó a provocar todos os acontecimentos relatados. Pelo menos, nenhuma acção negativa. Podemos argumentar que a forma positiva (integro, correcto, temente a Deus) como Jó levava a sua vida o colocou numa posição para que Satanás o quisesse amaldiçoar. Mas não conseguimos ligar o que lhe aconteceu a alguma espécie de castigo ou punição.
Vemos Jó ao longo de todo o livro, muito com a colaboração dos seus amigos, a questionar, a reclamar da sua existência. Mas no final, Jó conclui: "Antes, eu só te conhecia de ouvir falar; agora eu te vi com meus próprios olhos. (Jó, 42.5)”
Não sei se Jó aspirava ao céu, nem o quanto da revelação de Deus sobre a eternidade Jó já conhecia.
Mas sei o quanto ele se desiludia com a vida terrena, o quanto amaldiçoou a sua existência ao ponto de desejar ter sido abortado. E também vejo o quanto Deus se revelou a ele e como ele foi resgatado com essa revelação.
O Salmo 3 termina com "De ti, SENHOR, vem o livramento, abençoa o teu povo."
Deus quer um relacionamento com o seu povo aqui na terra. Um relacionamento com o Seu povo escolhido, com o seu reino de sacerdotes que Ele mesmo estabeleceu, com a sua nação santa que é Sua propriedade exclusiva!
Deus quer um relacionamento de proximidade, como teve com Adão e Eva antes da queda.
Porquê aqui? Porque na eternidade não teremos "outra opção", aqui e agora podemos ser participantes activos e voluntários nesse relacionamento
Aqui e agora cabe-nos buscá-Lo "enquanto se pode achar".
Aqui e agora cabe-nos meditar na lei do SENHOR dia e noite e ter prazer nisso.
Aqui e agora cabe-nos adorá-Lo e a Ele prestar culto, como único Deus, pois não há outro além Dele.
Aqui e agora cabe-nos buscar a Sua vontade e procurar agradá-Lo com tudo o que fazemos, com tudo o que falamos, com tudo o que pensamos, com tudo que sentimos.
É aqui e é agora, neste curto tempo de vida que temos aqui na Terra, o qual pode ser tão breve quanto apenas mais um suspiro, é aqui e é agora que através de nós e em nós se pode revelar o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Pense no céu, na eternidade, mas viva o presente e o seu futuro enquanto povo de Deus.
Creia em Jesus, pois isso dá-lhe o poder de ser chamado filho de Deus, o seu passaporte de entrada no povo. Mas não creia de boca apenas, mas que todo o seu ser reflicta essa verdade,
Ao vitorioso, será dado o fruto de árvore da vida.
Ao vitorioso, não sofrerá a segunda morte.
Ao vitorioso, será dado do maná e um novo nome.
Ao vitorioso, será dada autoridade.
Ao vitorioso, serão dadas vestes brancas.
Ao vitorioso, será dada a cidadania da cidade de Deus, a nova Jerusalém.
O vitorioso sentar-se-à com Jesus no seu trono.
A Deus seja dada toda a honra e toda a glória.
Comentários
Enviar um comentário