1ª Coríntios, 13:11-12
Quando eu era criança, falava, pensava e raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de criança. Agora vemos de modo imperfeito, como um reflexo no espelho, mas então veremos tudo face-a-face. Tudo o que sei agora é parcial e incompleto, mas conhecerei tudo plenamente, assim como Deus me conhece plenamente.
Um dia destes, a minha filha mais velha perguntou-me se eu não gostava de ser outra vez criança. Não tinha ainda pensado nisso, mas a minha resposta foi imediata : não. E conforme ela me perguntava por quê (creio que gostaria de me ouvir dizer "sim" ...), o meu raciocínio voltava para esta passagem e mais certo eu ficava da minha resposta.
É certo que Jesus nos fala que se não nos fizermos como crianças, não entraremos no reino dos céus e que o reino dos céus é dos que são como as crianças. Mas isso tem a ver com o nosso relacionamento com Deus, com a inocência de uma criança que não tem o conhecimento da maldade.
Ser adulto traz consigo uma série de privilégios que muitas crianças e jovens gostariam de ter. E há muitos adultos que gostariam de ter apenas esses privilégios, ignorando as responsabilidades do adulto. Eu gosto de ambas, mesmo que por vezes as responsabilidades sejam um fardo pesado.
Mas não é por um nem pelo outro que gosto de ser adulto. É pelo privilégio de poder apreciar de uma forma mais ampla, mesmo que ainda limitada quem é Deus.
É certo que uma criança pode ter um lindo relacionamento com Deus, na inocência própria da idade. É a forma mais real de sermos os filhos nos braços do Pai.
Mas quando Deus nos diz que nos fez a Sua imagem e semelhança, isso significa que a plenitude do propósito de Deus para nós só poderá ser alcançada como adulto.
Deus criou o mundo e tudo nele contido para Ele mesmo. Para Sua gloria. Criou o Homem para se relacionar Consigo e colocou-o neste ambiente em que Deus é glorificado pela criação. E entregou-nos a administração de tudo o que Ele criou na Terra.
Já passou muito do tempo de sermos responsáveis por cuidar disto. Cada um de nós. Cada um tem que fazer a sua parte. Os outros não fazem? "Problema deles", eles terão que prestar contas Ao dono pelo estrago. Naquilo que estiver na nossa mão, temos que cuidar, e glorificar a Deus em todo tempo, em tudo o que fazemos e dar-Lhe graças por tudo - pois Ele mesmo faz com que tudo trabalhe para o bem daqueles que o amam.
"Ah, mas como é que isto pode ser para o meu bem??"
Como nos equivocamos por achar que tudo o que vemos é a totalidade dos coisas!
Aquele relacionamento que Deus quer ter connosco talvez nos revelasse como aquilo que vemos é pouco face à totalidade do que Deus quer fazer connosco.
Pela fé, eu creio que é assim.
Não que eu esteja à espera de tesouros gloriosos. Ou de uma recompensa eterna grandiosa aos olhos humanos.
Eu aguardo a completude do meu relacionamento com Deus. Porque sei que ainda falta transformar muita coisa em mim. O meu modo de pensar ainda é muito em mim e ainda pouco em Deus. E nos outros.
Sim, porque esse é o maior mandamento, amar a Deus com tudo o que sou. Sentimentos, pensamentos, palavras e actos. Sacrificialmente.
E a quem está por perto em necessidades, como se fosse eu a necessitar.
Não anseio pelo céu, no sentido de estar livre dos problemas deste mundo.
Anseio pelo relacionamento com Deus que fui criado para ter.
Pode ser aqui na Terra,
Pode ser um pouco mais hoje. E mais amanhã.
Até o dia em que O verei face-a-face.
Aí estarei completo naquilo para que fui criado.
Toda a honra e toda a glória a Deus!
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